Leio tudo agora no meu e-reader da Kobo, já não havia espaço para mais livros, as estantes cheias, até que surgiu essa solução lá em casa, combinámos, oferecemos um Kobo um ao outro, e tem funcionado. Assinei também um plano Kobo-plus. A questão que se põe é que os livros incluídos nesse plano, que custa 5,99 euros por mês, são todos menos os que eu queria ler... e se quiser comprar outros livros, são sensivelmente ao mesmo preço dos livros em papel, ou pouco menos - encontram-se todos os livros, mas se ficarem fora do plano, é preciso pagar à parte.
Acabei ontem de ler um desses livros, que me impressionou bastante: 'O pintor de almas', do espanhol Ildefonso Falcone; como o herói do livro, se vivesse no início do século XX acho que seria pintor, como ele sempre tive um pensamento algo anárquico e anti-clerical - uma estranha questão de princípio, porque vai contra toda a minha ascendência - e como ele ao mesmo tempo sempre fui avesso a violências, seja sobre homens, mulheres, crianças, animais, árvores, o planeta. Também como ele o meu Neptuno é denso e profundo, tanto é capaz de me levar aos limites da transcendência espiritual, como ao submundo da experimentação sensorial, e daí a mais um passo a convívios do tipo quasi-marginal.
Continuando, dentro desse meu plano plus encontrei algumas leituras que de outro modo não teria encontrado, como sejam alguns livros sobre D. Afonso Henriques e a formação de Portugal, ou sobre a filosofia do Marco Aurélio - não, não falo do brasileiro, falo do imperador romano que aparece no filme do gladiador, que foi considerado um dos três principais filósofos estóicos, e que curiosamente não pretendia ser lido por ninguém, dizia ele que escrevia só para si próprio - ainda não cheguei a esse ponto, mas quase, já que escrevo aqui para uma meia-dúzia se tanto!
Também a propósito li uma biografia do António Guterres, só até chegar a secretário geral da ONU - um homem com H grande, só não é um líder completo porque não sabe dizer que não, ao querer agradar a todos - a prová-lo a única reprimenda que teve ao ser avaliado nas funções que exerce: nunca ter despedido ninguém. Parece ser um defeito 'simpático' de alguns líderes, tal como a minha mãe diz do Marcello, desculpando-lhe qualquer coisinha, perante qualquer erro, hipoteticamente, assim tipo sei lá, um genocídio: 'era bom homem, mas não sabia era mandar'.
E por vezes entretenho-me a descarregar livros que estão dentro do tal plano plus, alguns clássicos como o dom quixote de la mancha, que ainda não li, outros apenas porque são sobre temas da política internacional, que começo a ler só mesmo para experimentar, alguns por vezes elejo como leitura noturna, aquela para adormecer, outros para as horas mortas em que não apetece fazer mais nada, outros para as horas de seca em que não se pode fazer mais nada. Recomendo.
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