DISC

Pronto, agora que assumimos que isto aqui é para divagações, fico mais solto, como já disse não lido bem com as 'call-to-action' e as consequências das coisas, foi sempre um grande defeito meu quando era engenheiro de vendas; como a quase todos os engenheiros em Portugal, disseram-me ou vendes ou então dedica-te à pesca porque isto aqui não há pão para malucos, adiante... estava eu ontem a conversar com o Jorge na esplanada da Ribeira das Naus, numa Lisboa que se recupera aos poucos, quando surgiu a conversa do DISC (Dominância, Influência, Estabilidade, Complacência), e de como uma equipa de quatro deve ter um de cada tipo, fiz logo o paralelo com o comportamento em banda (ali sou o D)...

Fiz este teste algumas vezes durante o par de anos em que estive na imobiliária na KW de Campo de Ourique, por sinal o mesmo tempo que que estive a receber o subsídio de desemprego, e o resultado nunca me convenceu, ou melhor, se não me revia no resultado era porque também não me revia naquele papel. Ou mais especificamente, ali dava-me sempre qualquer coisa entre o S e o C. Era como me sentia ali, a dizer que sim a tudo, refugiado nos detalhes da papelada, sem um pingo de influencer, e quase nada de dominante, a não conseguir ser leão porque aquela não era a minha selva, assim ali ficava tipo formiga a passar ao lado, preocupado com os detalhes dos meus afazeres particulares. Conclui-se que o nosso comportamento num grupo depende do que o grupo em causa significa para nós...

Curiosa a forma como o Jorge me definiu os termos, algo assim: o D era o parvalhão, o controlador, tinha sempre de haver um, o I era o vendedor, o S era o que para ele estava sempre tudo bem, e o C era o picuinhas. Também ele era D a trabalhar, já entre amigos era um I. Ou seja, se o assunto é trabalho, não me venham dizer que a mulher está com dores de período, mas se o assunto é família, claro que sim, vai lá dar-lhe apoio, o que interessa é a família... 

Eu também nunca resisto à apropriação dos termos, dar-lhes um significado personalizado, portanto, D de dick-head, I de infiltrado, S de social-pleaser e o C de comezinho. Agora a descrição mais séria, tirada da Internet:

• Dominância diz respeito a como você lida com problemas e desafios;
• Influência, como você lida com pessoas e as influencia;
• Estabilidade, como você lida com mudanças;
• Complacência, como você lida com regras estabelecidas por outros.

sobre o stress

Informo aos meus parcos leitores que vou deixar as aventuras do Contentor para outro blog dedicado a essa promoção, nomeadamente sobre os vídeos, o endereço é: contentor21.blogspot.com.

E aqui passo a escrever mais livremente sobre o que me apetecer, que é o que gosto mais de fazer, por isso mudei a capa do blog. Estava a ficar stressado com as tentativas de obter fãs para a minha música, não sei se isso será um processo natural, sei é que não me posso envolver nisso, não me faz bem à saúde e retira-me o foco principal, que é o gosto pela música, gosto de tocar e gosto ainda mais de tocar em banda. As promoções não me são naturais, por isso não só não funcionam como me produzem stress.

Porquê escrever sobre o stress? Porque nos últimos dias tenho-me sentido um pouco stressado. Já não é a primeira vez, nem a mais grave, mais grave foi quando acabei a identificar-me com o Tiger Woods num cartaz publicitário, a que chamamos outdoor - chamamos nós e os brasileiros, porque se dissermos isso a um falante nativo inglês não vai saber o que queremos dizer, teremos de explicar, talvez billboard? - adiante, via-se no cartaz o Tiger Woods a olhar pensativo para uma bola de golfe de taco na mão, a curiosidade estava na posição impossível em que a bola estava, quase a cair por uma falésia, e a legenda dizia tudo: 'o importante não é como chegaste a essa situação, mas sim o que vais fazer a seguir'. Pus-me a pensar nisso, até hoje. Vi esse cartaz várias vezes nesse dia, em que fui desfeito numa conversa civilizada, apenas feedback, ao que respondi, em vez de me defender atacando: 'I need to change' - ao que a minha interlocutora respondeu também: 'then it´s open'.

Várias vezes tenho percorrido esse caminho que me leva ao stress, e a meio paro e lembro-me dessa situação, then it's open, I can change, posso mudar e é já.